" A pálida luz da
manhã de inverno ,
O cais e a razão
Não dão mais
esperança ,
nem uma esperança
sequer ,
Ao meu coração .
O que tem que ser
Será , quer eu
queira que seja
ou que não .
No rumor do cais ,
no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego ,
nem um vazio sequer ,
Para o meu esperar .
O que tem que não ser
Algures será ,
se o pensei ;
tudo mais é sonhar."
[ Fernando Pessoa ]
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