segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Se / Rudyard Kiplin

Tradução de Guilherme de Almeida

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa ;
De crer em ti quando estão todos duvidando ,
E para esses no entanto achar uma desculpa ;
Se és capaz de esperar sem te desesperares ,
Ou , enganado , não mentir ao mentiroso ,
Ou , sendo odiado , sempre ao ódio te esquivares ,
E não parecer bom demais , nem pretensioso ;

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires ,
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores .
Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores ;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste ,
E as coisas , por que deste a vida , estraçalhadas ,
E refazê- las com o bem pouco que te reste ;

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida ,
E perder e , ao perder , sem nunca dizer nada ,
Resignado , tornar ao ponto de partida ;
De forçar coração , nervos , músculos , tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe ,
E a persistir assim quando , exaustos , contudo
Resta a vontade em ti que ainda ordena : " Persiste ! " ;

Se és capaz de , entre a plebe , não te corromperes
E , entre reis , não perder a naturalidade ,
E de amigos , quer bons , quer maus , te defenderes ,
Se a todos podes ser de alguma utilidade ,
E se és capaz de dar , segundo por segundo ,
Ao minuto fatal todo o valor e brilho ,
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo
E o que mais - tu serás um homem , ó meu filho !
Texto : pesquisado
http://diplomatizzando.blogspot.com

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